por Eduardo Minc, terça, 6 de Março de 2012 às 17:02 ·
Tinha o frumelo,
e a Banda de tangerina
Tinha o papai,
transferido pra
Brasília;
e uma sensação
de grama infinita;
como na novela "A Viagem".
Tinha um jipe de pedal
que eu brincava na garagem.
e um encontro
casual com a Eilane Pittman,
que pintou atrás da minha caixa
mágica de lápis de cor,
o rosto dela com os meus olhos
Tinha aqueles saquinhos de mel
e os de amendoim.
Um rival de mentirinha,
que aprontava junto de mim,
E tinha a coordenação,
que eu adorava visitar
toda semana.
Tinha a ambrosia que derrubei
no quarto. e minha mãe montou
em mim me enchendo de
tabefes.
Acho que foi o início
do Vale-Tudo;
Chinelos voando pra cá
e congas para lá.
Tinha as tampinhas de
refrigerante, com o
pessoal da Disney,
e o amendoim com casca
que toda segunda, papai trazia
dos plantões em Ramos, Bangu
e na Conchinchina.
Tinha o Túnel do Tempo,
Ziembinsky desfilando sua
camisola e o Thomas Koch,
sempre tomando.
Tinha o Zico,
o Rivelino
e o Geraldo,
que morreu numa operação de amígdalas.
e sofri no sofá marrom, e com uma
espuma saíndo, lá na vovó.
Ah, lembrei dos pastéis de Batata
que morreram com ela; das
tardes jogando Xadrez com Vovô Oscar,
que nunca ganhou um prêmio,
mas antes de morrer,sussurou no meu ouvido:
Dudinho...
Tinha os amiguinhos de verdade,
que cresceram e viraram lenda,
Tinha a bala tofe,
e logo depois, o dentista.
Tinha a revista da Tininha,
Os álbuns do Tintim
e do Mortadelo & Salaminho.
Tinha o Pega-Pega Troll,
que o Papai Noel me deu.
E o Manual do Gastão,
quando meus pais voltaram
de "O último tango em Paris";
Aquele da manteiga...
Tinha o futebol no Play,
e o lançamento da Fanta Limão.
Tinha eu descobrindo o corpo,
só com uma mão.
A sensação de abrir
pacotes de figurinha,
seja do Mundo, Animal,
ou da Copa 74.
A gente só comprava 10
e o mais rico da escola , cem.
Tinha a Grapete,
que repete.
O cahorro-quente, Genial.
Tinha o Zico,
Rivelino,
e Luís Pereira,
num sufoco danado
pra ganhar do Zaire
de 3 x 0.
Tinha geléia de
Mocotó Inbasa
E o Ki-Bamba, de coco.
Aula de musicoterapia
também tinha.
E uma paixonite
infantil,
com quem brinquei a tarde toda,
até cair da rede,
e ela passar gelo na minha nuca.
Tinha os apelidos,
e saguis que gostavam das aulas,
- os mesmos que uma turista americana
desavisada, me chamou, toda excitada,
pra ver, na Floresta da Tijuca -.
Tinha o Tobogã da Lagoa,
O Tívoli também tinha.
Maçã, Pera, Uva,
ou Salada mista, e um olho
meio aberto pra pegar a fruta
mais gostosa.
Os Hi fis e a dança
do Travolta.
Tinha o Supertramp,
Lô Borges,
e uma vontade danada
de jogar a vida na estrada.
Tinha as férias
em Friburgo,
e meu primeiro não,
num passeio pelo cemitério.
As coisas ainda eram
a preço de banana,
e o futebol no Piraquê,
Caiçaras, era toda quarta e sexta.
Minha primeira fuga de casa;
e na insônia, mamãe dizia:
"Fecha os olhinhos que o sono vem".
Tinha uma vontade de crescer
danada
Quase uma urgência
de ser gente grande
Tinha o Atari,
e o Space Invaders
Tinha novela das dez,
e um TL verde-musgo
Zerinho, zerinho.
Tinha papai descendo
pra comprar "barriga de freira"
antes do Kung fu, David Carradine.
Tinha a calça laranja da Bolt,
e Tinha até o Cláudio Shamis,
e a Tia Clarice e seus lanches.
Tinha papai indo
precocemente pra
Terra de Alzheimerland.
Tinha o Ultramen
e a Coca-Cola de latinha.
Tinha eu no tablado,
fazendo o marinheiro,
de Pluft, o Fantasminha.
e a Bianca Bygton era colega
de classe.
Ah, tinha a estréia dos
Caçadores da Arca Perdida,
que fui na primeira sessão,
às duas da tarde de uma segunda, no Ryan.
Tinha também a certeza
de que eu era uma aspas
e que jamais seria um ponto final.
hehe, essa é boa,
tempo bom,
muito,
muito
legal.
e a Banda de tangerina
Tinha o papai,
transferido pra
Brasília;
e uma sensação
de grama infinita;
como na novela "A Viagem".
Tinha um jipe de pedal
que eu brincava na garagem.
e um encontro
casual com a Eilane Pittman,
que pintou atrás da minha caixa
mágica de lápis de cor,
o rosto dela com os meus olhos
Tinha aqueles saquinhos de mel
e os de amendoim.
Um rival de mentirinha,
que aprontava junto de mim,
E tinha a coordenação,
que eu adorava visitar
toda semana.
Tinha a ambrosia que derrubei
no quarto. e minha mãe montou
em mim me enchendo de
tabefes.
Acho que foi o início
do Vale-Tudo;
Chinelos voando pra cá
e congas para lá.
Tinha as tampinhas de
refrigerante, com o
pessoal da Disney,
e o amendoim com casca
que toda segunda, papai trazia
dos plantões em Ramos, Bangu
e na Conchinchina.
Tinha o Túnel do Tempo,
Ziembinsky desfilando sua
camisola e o Thomas Koch,
sempre tomando.
Tinha o Zico,
o Rivelino
e o Geraldo,
que morreu numa operação de amígdalas.
e sofri no sofá marrom, e com uma
espuma saíndo, lá na vovó.
Ah, lembrei dos pastéis de Batata
que morreram com ela; das
tardes jogando Xadrez com Vovô Oscar,
que nunca ganhou um prêmio,
mas antes de morrer,sussurou no meu ouvido:
Dudinho...
Tinha os amiguinhos de verdade,
que cresceram e viraram lenda,
Tinha a bala tofe,
e logo depois, o dentista.
Tinha a revista da Tininha,
Os álbuns do Tintim
e do Mortadelo & Salaminho.
Tinha o Pega-Pega Troll,
que o Papai Noel me deu.
E o Manual do Gastão,
quando meus pais voltaram
de "O último tango em Paris";
Aquele da manteiga...
Tinha o futebol no Play,
e o lançamento da Fanta Limão.
Tinha eu descobrindo o corpo,
só com uma mão.
A sensação de abrir
pacotes de figurinha,
seja do Mundo, Animal,
ou da Copa 74.
A gente só comprava 10
e o mais rico da escola , cem.
Tinha a Grapete,
que repete.
O cahorro-quente, Genial.
Tinha o Zico,
Rivelino,
e Luís Pereira,
num sufoco danado
pra ganhar do Zaire
de 3 x 0.
Tinha geléia de
Mocotó Inbasa
E o Ki-Bamba, de coco.
Aula de musicoterapia
também tinha.
E uma paixonite
infantil,
com quem brinquei a tarde toda,
até cair da rede,
e ela passar gelo na minha nuca.
Tinha os apelidos,
e saguis que gostavam das aulas,
- os mesmos que uma turista americana
desavisada, me chamou, toda excitada,
pra ver, na Floresta da Tijuca -.
Tinha o Tobogã da Lagoa,
O Tívoli também tinha.
Maçã, Pera, Uva,
ou Salada mista, e um olho
meio aberto pra pegar a fruta
mais gostosa.
Os Hi fis e a dança
do Travolta.
Tinha o Supertramp,
Lô Borges,
e uma vontade danada
de jogar a vida na estrada.
Tinha as férias
em Friburgo,
e meu primeiro não,
num passeio pelo cemitério.
As coisas ainda eram
a preço de banana,
e o futebol no Piraquê,
Caiçaras, era toda quarta e sexta.
Minha primeira fuga de casa;
e na insônia, mamãe dizia:
"Fecha os olhinhos que o sono vem".
Tinha uma vontade de crescer
danada
Quase uma urgência
de ser gente grande
Tinha o Atari,
e o Space Invaders
Tinha novela das dez,
e um TL verde-musgo
Zerinho, zerinho.
Tinha papai descendo
pra comprar "barriga de freira"
antes do Kung fu, David Carradine.
Tinha a calça laranja da Bolt,
e Tinha até o Cláudio Shamis,
e a Tia Clarice e seus lanches.
Tinha papai indo
precocemente pra
Terra de Alzheimerland.
Tinha o Ultramen
e a Coca-Cola de latinha.
Tinha eu no tablado,
fazendo o marinheiro,
de Pluft, o Fantasminha.
e a Bianca Bygton era colega
de classe.
Ah, tinha a estréia dos
Caçadores da Arca Perdida,
que fui na primeira sessão,
às duas da tarde de uma segunda, no Ryan.
Tinha também a certeza
de que eu era uma aspas
e que jamais seria um ponto final.
hehe, essa é boa,
tempo bom,
muito,
muito
legal.
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Amarene Filgueiras de Barros Kd eu? Aparece uma notificação de que fui marcada, mas não aparece a nota no meu mural, Eduardo Minc?
Andréa Faz srsr Quanta coisa boa e especial! Adorei. Olhe.... depois que me engasguei com bata tofe a vida nunca mais foi a mesma. srs Maça,pera e uva minha brincadeira predileta. srsr É... tb nasci com uma urgência de ser gente grande! srs
- Andréa Faz Lembrei de minhas tarde no Largo do Tanque, brincando com a molecada da rua, descendo ladeira com carrinho de rolemã. :D
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