quarta-feira, 28 de março de 2012

IMPONDERÁVEL FUTEBOL CLUBE

O que será que esse carioca metido a Kerouak, Ginsberg e com umas pitadas de Bukovsky, e o cubano Pedro Juan Gutierrez, com aveia por cima, vai aprontar agora? Antes de mais nada, peço calma às Lolitas e seus respectivos varões. Eu apenas li algo que poderia fazer virar uma nota, ou até mesmo um livro. Mas, possivelmente , como todo tema polêmico, e por isso mesmo saboroso como àqueles pudins de leite aerado e a banana frita que as vovós faziam, vou brincar de juntar letrinhas até meu copo, metade cheio de otimismo, e de Coca-Cola Zero, on the rock, terminar e eu me acostumar com a obra que está sendo feita aqui em casa. Ainda assim, mesmo com a geladeira na sala, a mesa no corredor e o liquidificador na minha cabeça, (o que me faz sentir uma Carmem Miranda estilizada), vamos nos propor a uma reflexão a partir de um trecho que li à respeito da trajetória do americano André Agassi, um dos melhores tenistas das duas últimas décadas do Século XX, se não me engano. Mas eu me engano, e muito.
     Em determinado trecho da respectiva entrevista, Agassi definiu o que torna um atleta de alta performance um vencedor, diferenciando-se em detalhes dos demais. O tenista disse que procura controlar ao máximo todas as variáveis, como obter o melhor treinador, o melhor preparo físico e mental, a alimentação mais adequada, além da raquete mais moderna e que mais se adapte ao seu estilo. "Só não posso controlar é a bolinha", riu o atleta, entregando-nos de mão beixada, um belo Smash (Golpe de tênis quase indefensável), para as nossas divagações.
      A resposta de Agassi é tão interessante e similar à cena do filme Match-Point, uma espécie de Thriller de Woody Allen, que passou meio que batido por aqui. No respectivo filme, aparece a imagem de uma inocente e amorfa bolinha amarela de Tênis batendo na fita superior da rede, e caíndo caprichosamente em um dos lados da quadra.
Esse é um link que só será compreendido para quem pegar o DVD.
      Mas para os apreciadores de Tênis, ou quem já treinou esse que é considerado por críticos americanos especializados (sempre eles) da Universidade de Los Angeles -UCLA-, o segundo esporte mais difícil de ser praticado, perdendo apenas para o golfe, esse capricho da referida bolinha é o Imponderável, ou o Sobrenatural de Almeida, que Nelson Rodrigues popularizou nos jargões futebolísticos. Poderia ficar aqui horas a fio dando exemplos aqui e acolá de como o esporte nos dá insights da vida; Talvez por isso existam tantos filmes que mostrem esportes diversos para falar de outros temas. Isso para os poucos que conseguem enxergar um pouco além da obviedade.
      O negócio é que o imponderável, chamemos de destino, acaso, sorte ou, o que considero a melhor definição - o que está além e aquém de nosso controle, - nos prega lições a todo instante, seja em quadras de saibro, em nossos empregos, relações afetivas, modo como lidamos com nossos semelhantes, socialmente, e  em todos os campos da vida. E faço questão de deixar isso claro para que, ao menos às poucas pessoas que lerem este texto - o que já é muito, independente de números -, consigam expurgar seus demônios e levar a vida um pouco mais leve.
      A franqueza de Agassi nos dá a oportunidade de nos eximirmos de tanta culpa  e , de uma vez por todas, compreender que não dá pra brincar de Deus, meus caros. É o "Cara" quem está no controle, seja lá o que isso signifique.
      Então, já que até sujeitos que já nasceram destinados ao sucesso , estão à mercê de quaisquer surpresas, para quê tentarmos , em vão, à perfeição a todo custo. O grande barato em saber ganhar, cair e se levantar novamente, em quaisquer terrenos da vida, é que, conscientes de que o imponderável existe, tratemos de fazer o melhor que pudermos ao nosso alcançe. Ninguém é perfeito e você não precisa rezar 58 Ave-Marias para conseguir o perdão. O barato da coisa toda é aprender com os erros, mas de uma forma lúdica , para que não repitamos os mesmos padrões de fracasso de outrora.
      Se formos demitidos, nossos amoresw nos derem um baita pé na bunda, errarmos um gol feito que raspou na trave e nos deixa com insônia até hoje, aqui vai uma dica: Só as pessoas realmente dotadas de grande valor é que cometem, desde pequenos deslizes, até grandes erros. E se isso acontecer com você, da próxima vez, esqueça os comprimidos pra dormir, que estão na primeira gaveta da cabeceira. Afrouxe a gravata, abra os botões da camisa e sorria. Nada, absolutamente nada desarma mais quaisquer um de nós , inclusive nossos Deuses, do que uma boa gargalhada.

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