quinta-feira, 26 de abril de 2012

UMA BOA PINTA

Hoje eu acordei
com uma pinta
Bem no meio da testa.
Oba , pensei com meus
botões de vidrilha.
Devo estar tão gostosa como a Sabrina Sato;
Aí pensei de novo:
Mas também devo estar tão escroto como a mesma Sabrina Sato.
Bom, deixa rolar...
Mas o negócio
é que era uma pinta braba,
daquelas que metem medo
em Janotas,
seus brinquedinhos
eletrônicos e
suas mulheres infláveis,
Para a véspera dos feriados. 
Mas o meu problema é outro;
Já me masturbei hoje,
limpei as mãos e
apaguei as ilusões.
Sucesso garantido
e sem torrar um tostão.
Pela terceira vez
no merrrmo dia, pensei:
Puxa vida, mas o quê
faço eu com essa pinta
bem no meio da cara?
Liguei pra ex,
Pros "amigos" que
puseram preço na testa,
Liguei pro 102,
E no auge da
ansiedade,
Liguei para o CVV.
Ah, sabe do que mais....
Deixei esse defeitinho pra lá
E me inscrevi no
próximo Big Brother.
Afinal, eles tão sempre
atrás de uma boa pinta mesmo..

segunda-feira, 23 de abril de 2012

UM DIA É O DIABO QUE ACABA!

Hoje eu fui obrigado
a me curvar
e admitir
que a Natureza
das coisas tá
mesmo fora do lugar.
Não me interessa de quem é a culpa,
o fato é que senti
que um Tsunami,
daqueles do
George Lucas,
tá vindo com força total,
Prometendo sacudir
meu mundo,
de Ex- mimado em atividade,
de ponta cabeça.
Tudo bem,
Não que eu pudesse me preparar,
Mas  já sabia que
Mais cedo
ou mais tarde
alguma força negativa
iria arrastar
sem piedade
Tudo o que já
era pra ter sido
há muito tempo.
Não dá nem pra dizer
que eu tô comendo
o pão que o diabo
amassou.
O pão acabou...
Mas deixa quieto;
Um dia é o diabo que acaba.
Como hoje é dia par,
eu não rezo pra um Deus,
rezo pra uma lorota,
Que serve pra gente
arrastar nossas
correntes vida afora
e adentro.
E é nessa lorota
que também acreditam
as crianças -zumbis do Sudão,
os Desgraçados do Haiti,
e eu aqui,
mais sozinho,
do que elevador vazio:
Como diz o outro.
Hoje ,
eu só
quero um pouco de carinho
Um ninho
Duas aves fortes
que me levem de carona
Pra dar uma volta por aí.
Eu sei que nem só de pão
vive o homem,
Aliás, diz aí..
De que mesmo vive o homem?

domingo, 22 de abril de 2012

UM DIA BOM PRA MORRANÇA

A vagina escancarada
de uma morena de coxas
grossas me chama,
desinibida, pra me aquecer
dentro dela.
É assim que eu vejo
a janela da sala
arreganhada
e pronta para eu
bater o recorde
de salto
em altura de Paraquedas;
Mas sem Páraquedas.
Não que hoje seja um dia
perfeito pra morrer.
todo dia é perfeito
pra viver ou morrer
Afinal,
desde  que "O CARA"
inventou da gente se
chafurdar na lama
ou beber água sulfurosa,
só porquê faz bem
pra saúde;
que a gente
tem mania de reclamar de tudo...
Enchendo o saco dos outros
enquanto gente morre
no andar de baixo;
vai saber.
Ok,
hoje tá chovendo,
é Domingo,
Minha cama quebrou
e ouvi grosserias de uma colega
que me pediu pra ligar prela.
vai entender...
Se tudo sair
como num roteiro de Bergman,
Fellini, ou daqueles diretores turcos, que não sabem se
estão pisando
na Europa ou na Ásia,
devo estar com os miolos espalhados
lá pelas quatro da tarde;
quando cê tá acordando,
com àquela
mulher gorda e
de máu-hálito,
ao lado,
e, cofiando
os bigodes
que ainda não têm;
sente o cheiro
murrinhento de luxúria
pingando do teto de sanca,
que voltou à moda.
è que lá pelas 17:12,
o Flamengo deve tá
metendo um gol
no Vasco.
e ninguém vai
se importar em
sair de frente
daquelas TVs de
plasma enorme
e que prometem
felicidade em HD,
para montar
um quebra-cabeças.
Mas eu n vou fazer vergonha
na morrança não.
relaxa...
Vou peladão,
mas com hidratante
e colônia azul
"cheirinho de bebê".
que ganhei de presente,
juntamente com a costela
do David Beckham.
foi aí que virei
o primeiro
metrossexual
tupiniquim.
Os porta-retratos
já não tem ninguém sorrindo,
Já assinei a alforria,
à liberdade de Noel,
meu parceiro de
quebrar convenções;
e deixo pra trás
a lembrança de uma
família perfeitinha,
mais;
a lembrança de quem me
adiou as negativas
do mundo.
mas vou sentir saudades
da ilusão,
que no fundo,
é a única coisa que a gente
perde,
quando olha pra trás.
E, pra não dizer
que não falei de gente,
levo comigo
o gosto de ovo quente
que mamãe fazia,
em potinhos próprios
pra comer ovo quente
e não sujar a toalha.
 Caso venha, de fato à
tal da morrança,
deixo pros leitores
meus neologismos,
pra Das Dores,
o cheque do,próximo mês.
Ah, meus três Cds
de Bocelli,
deixo pros boçais;
Mas,
tenha dó não,
nem pergunte
a razão,
pra sociólogos
terapeutas,
e "amigos" que
há muito
puseram preço na testa.
É como eu sempre digo:
Viver comigo já é viver com gente demais.
Intão, tá..
Agradeço ao tênis branco e laranja,
às Havaianas
e ao iogurte,
que tomo toda manhã,
com aveia
e banana.
pra ter fibras a mais
e aguentar a humanidade.
Ih, esquenta não
é só mais
um...
Mas,
se eu
me acovardar,
como é de praxe,
Pego pela décima oitava vez,
The Gladiator,
e peço pros anjos
abençoarem  meus pesadelos.
e irem buzinar nos ouvidos
do Neymar ,
que já tá com a vida ganha
mesmo com aqueles cabelinhos escrotos.
Passo as mãos no trigueiral,
e vejo gente que nem me lembrava mais.
Prum que tava mais pertinho,
eu pergunto: é agora?
e ele, só pra me sacanear, sei lá..
No
Not now
Not Yet

sábado, 14 de abril de 2012

PESSOA, A SENHORINHA E MINHA TAQUICARDIA

     Tenho um colega que a todo instante repete a mesma frase, quando discordam de suas versões dos fatos: "Pois é, gosto é que nem nariz;cada um tem o seu". E o pior é que o cara tá certo. Temos de respeitar as pessoas e suas escolhas particulares, em todos os itens, tais como, roupas, livros, música, filmes, comida, e por aí vai. A mim, entre outros escritores (as), coube gostar muito de textos de Fernando Pessoa e seus heterônimos. Antes da exposição, no Rio de Janeiro, em 2011, podia jurar que o poeta português tinha somente outros três heterônimos:Álvaro de Azevedo, Ricardo Reis e Alberto Caieiro. Quando cheguei ao Museu Nacional dos Correios, fiquei surpreso pela quantidade de heterônimos dos quais nunca tinha ouvido falar, bem como à respeito da excelente qualidade da Exposição.
     Com a possibilidade, não de alterar, mas de brincar com os textos -cada vez que sua mão se aproximava de uma tela de projeção, as letras mudavam e aparecia um novo poema à sua frente -, fui caminhando solitário pelo salão. Era uma tarde de sol, num Domingo em que o Centro do Rio se transforma numa cidade fantasma, onde quase ninguém transita. Aqui é importante fazer um pit-stop para lhes explicar que me identifico demais com o estilo de Pessoa e seus outros Eus, mas de uma forma inconveniente.;Ou seja; Me vejo tão oprimido, triste e até mesmo depressivo a cada vez que decido ler um de seus livros.
      Naquele Domingo, não foi diferente. Enquanto me extasiava com os versos do escritor, comecei a sentir alguns efeitos colaterais que a literatura de Fernandos, Ricardos, etc e etc estavam causando em mim. Fiquei um pouco zonzo, suava frio, e tristemente, me identificava com a poesia tão irretocável quanto funesta e derrotista do lusitano.
      Até que em certo momento, quando eu já estava me escorando nas paredes, como um bêbado que ingeriu versos em demasia, decidi copiar trechos de poemas , nos poucos espaços vazios do livro que carrego pra cima e pra baixo, como se fosse a minha Bíblia para os momentos de pretenso desespero.
E assim o livro "Onde Existe Luz", do mestre iluminado indiano, Paramahansa Yogananda, foi sendo preenchido em suas bordas e quaisquer espaços que eu encontrava. Até que ao reler uma das poesias que mais gosto da turma do Pessoa, não me dei conta da aproximação de uma senhorinha elegante, com um laço de fita colorido no pescoço, óculos e um chapéu Panamá, conveniente para aquele dia ensolarado.
      Em silêncio, em respeito à minha catarse particular, ela se aproximou, e esperou eu pôr a minha mão próximo a tela de projeção, para puxar assunto. Era uma professora aposentada e se mostrava tão simpática , como resignada com os versos do Português. A certa altura, percebendo a abertura que aquela velhinha me deu, perguntei como era possível, digamos, se proteger dos versos de Pessoa, os quais eu me identificava pelo seu reflexo mais sombrio.
      Primeiramente, ela disse que , quando esteve com o dramaturgo Dias Gomes, há anos, ele lhe disse que as pessoas têm de nascer para incomodar....senão não valhe a pena. Muito bem sacado este comentário. O problema é que sou teimoso e insisti:"Mas como não se deixar levar pela profunda tristeza de Pessoa"?. Ela tirou o óculos, limpou num lenço, o recolocou, e finalmente disparou: " É só ter um pouco de charme, meu filho", e se despediu indo embora com sua acompanhante e sua sabedoria que só os anos nos emprestam. Depois disso, me conformei, a taquicardia diminuiu, permaneci mais uns 10 minutos e fui-me embora na certeza de que vivi um dia prodigioso de literatura e, sobretudo, de sabedoria;
     

sexta-feira, 13 de abril de 2012

" SERÁ QUE AMANHÃ VAI DAR PRAIA?"

Ser carioca tem
muito pouco a ver
com o fato de cê
ter nascido na
Cidade Maravilhosa.
Aqui, como na roça,
ou na sala de espera
do Paraíso,
Tem cretinos,
Malandros,
Bonitinho,
Feio arrumadinho,
e espirituosos, que
detonam em menos de
120 caracteres, ou cerca de 38 segundos,
quaisquer argumentos
de um wise-guy.
Ou seja;
ser carioca é uma espécie
de estado de espírito.
Até porquê,
canalhas e gentis,
Charmosos e imbecis,
Não são herança de DNA
e nem tampouco,
fruto da geografia.
Tem sujeitos de tudo
quanto é jeito, em todo lugar,
Né merrrrrrrrrrmo.
Conheço mais cariocas
paulistas, gaúchos,
italianos ou mineiros,
do que nas ruas
de Ipanema,
na Feira de São Cristóvão,
no Metrô,
em dia de Fla x Flu
ou na rua,
com bermudas
verdes, vermelhas ou azuis.
Tá cerrrrto;
a Cidade é Maravilhosa,
Mas não pensem que tudo são flores.
Aqui também
é preciso suar
Para ganhar cada centavo.
A diferença, claro,
está no savoir-fair
e na covinha,
segundos antes
de falar
sem forçar a barra,
que nem o Evandro Mexxxxxxxquita.
"Esxtou a doisx passosxxxxx... do Paraíso"
Eu, por exemplo,
falo "douze",
"Mermo",
"pode crer",
na juventude,
e "demorô",
Pra ir mais rápido...
Vai entender....
Mas, uma
indefectível
angústia indagadora,
sempre chega,
sorrateira,
à noitinha.
Eu vou te ensinar rapidinho.
É nossa angústia visceral;
Basta olhar pro céu
antes da última saideira,
Fazer barulhinho com o canudo
nos sucos misturados;
Esticar o pescoço
e desconfiado,
perguntar a si merrrrrrrrrmo:
"Será que amanhã vai dar praia?"