domingo, 14 de agosto de 2011

DUELO FULMINANTE




Combinei de encontrar com ela
Num duelo bacaninha
Sob um sol escaldante
Não teve nem pro Fluminense
à 20 m de distância
Pus meu boné de cowboy estilizado
minha camisa xadrezinha
uma calça jeans
e um tênis branco
Não adianta reclamar
eu gosto de tênis branco
e uma arma no coldre

Ela com seu andar maroto
pôs seu chapéu, meio de ladinho
ajeitou os cabelos
e mordeu os lábios
a calça justa exaltava seu charme
e as botas pretas de couro
eram só pra me intimida.
e uma pistola cor-de-rosa no coldre

A cidade toda parou
O xerife bigodudo contou até três
Mas eu jamais iría puxar minha arma
então ela piscou com seus olhos transparentes
uma só vez

Eu dobrei os joelhos
ela piscou de novo
Pus a mão no peito;
ela piscou uma vez mais
abrindo o botão de cima da blusa
deixando escorrer uma gota de suor
aí não teve jeito

Caí fulminado

Veio o pistoleiro, advogado
o bêbado, prefeito
O padre, o mal-informado
e o médico

Doutor, antes de um gole dágua
me responda, faz favor
Como estou?
Ele me olhou bem e disse

_Calma rapaz, você vai sobreviver
É que seu colete é à prova de balas
e não à prova
do olhar fulminante
de uma mulher


4/12/2010

Um comentário:

  1. Gostei muito, Edu. Parabéns pelo blog novo!
    Acho que vai ser legal pra você ter um espaço para colocar seus textos.
    Bjs.

    ResponderExcluir